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Mulheres peixas

  • Foto do escritor: Juliana Pina
    Juliana Pina
  • 15 de nov. de 2019
  • 1 min de leitura

Atualizado: 1 de fev. de 2021


Fui peixa quando inventei de vir ao mundo, nadando no oceano profundo que me abrigava.

Fui peixa quando inventei ser artista, nadando contra a maré.

Fui peixa quando aprendi o amor, mergulhando em mim e no outro.

Fui peixa quando entendi a vida... essa eterna falta de ar diante do normal.

Fui peixa sendo gente, comportamento típico dos inocentes.

Sou peixa mesmo não sendo, não sabendo, não entendendo.


Às vezes nem o mar é suficiente.

Peixa não se pesca e nem é sereia.

Mulheres-peixas andam em bando e, ao mesmo tempo, sozinhas.

Vivem discutindo qual será o próximo transbordamento.

Aceitam bem as transformações, vivem o momento.

Se perguntam sempre: onde deixei aquele pedaço de gente que fui?

Criam respostas impossíveis para perguntas sem pé nem nadadeiras.

Sou peixa porque em algum outro lugar sou gente.

 
 
 

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